Tudo Sobre o Suplemento Melatonina: Hora de Tomar, Dosagem, Riscos e Regulamentação

Cápsulas de melatonina: suplementação para um sono saudável e regulado

Introdução

A melatonina, conhecida como o hormônio do sono, tem ganhado popularidade como suplemento para regular o sono e tratar distúrbios relacionados ao ritmo circadiano. No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a melhor hora de tomar, a dosagem adequada, os riscos de intoxicação e a regulamentação desse suplemento. Neste artigo, abordaremos tudo o que você precisa saber sobre a suplementação de melatonina.

O que é Melatonina?

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal, localizada no cérebro. Sua produção é estimulada pela escuridão e suprimida pela luz, desempenhando um papel crucial na regulação do ritmo circadiano e no ciclo de sono-vigília [1].

Qual a Melhor Hora de Tomar Melatonina?

A melatonina deve ser tomada cerca de 30 a 60 minutos antes da hora desejada para dormir. Isso ocorre porque a melatonina leva algum tempo para ser absorvida e atingir níveis máximos no sangue [2]. Tomar melatonina muito cedo ou muito tarde pode afetar negativamente o ritmo circadiano e a qualidade do sono.

Dosagem Adequada de Melatonina

A dosagem típica de melatonina para distúrbios do sono varia de 0,5 a 5 mg [3]. É importante ressaltar que doses mais altas não necessariamente proporcionam benefícios adicionais e podem até mesmo causar efeitos colaterais indesejados, como sonolência diurna, dor de cabeça e tonturas [4].

Meia-Vida e Excreção da Melatonina

A meia-vida da melatonina, ou seja, o tempo necessário para que a concentração do hormônio no sangue seja reduzida pela metade, é de aproximadamente 20 a 50 minutos [5]. A melatonina é metabolizada principalmente no fígado e excretada na urina como 6-sulfatoximelatonina [6].

Riscos de Intoxicação por Melatonina

Embora a melatonina seja considerada segura na maioria dos casos, é possível ocorrer intoxicação se doses extremamente altas forem consumidas. Sintomas de intoxicação por melatonina podem incluir sonolência excessiva, dor de cabeça, tonturas, náuseas e alterações de humor [7]. No entanto, casos de intoxicação grave são raros e geralmente estão associados a doses muito acima das recomendadas.

Suplementação de Melatonina em Crianças

A suplementação de melatonina em crianças é um tópico controverso e deve ser sempre supervisionada por um médico. Embora a melatonina possa ser útil no tratamento de distúrbios do sono em crianças, especialmente naquelas com condições neurológicas ou de desenvolvimento, seu uso a longo prazo e seus efeitos no desenvolvimento ainda não foram completamente estabelecidos [8].

Regulamentação da Melatonina no Brasil

No Brasil, a melatonina é considerada um suplemento alimentar e sua venda é permitida sem prescrição médica. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) regulamenta a melatonina como um suplemento alimentar, estabelecendo limites de dosagem e exigências de rotulagem [9].

Conclusão

A melatonina é um hormônio naturalmente produzido pelo corpo que desempenha um papel fundamental na regulação do sono e do ritmo circadiano. Como suplemento, a melatonina pode ser útil no tratamento de distúrbios do sono e na adaptação a mudanças no ciclo de sono-vigília. No entanto, é essencial estar ciente da dosagem adequada, da melhor hora de tomar e dos possíveis riscos associados à suplementação. Embora a melatonina seja considerada segura na maioria dos casos, é sempre recomendado consultar um médico antes de iniciar qualquer regime de suplementação, especialmente em crianças. Compreender a regulamentação da melatonina no Brasil também é importante para garantir o uso seguro e adequado desse suplemento.

Referências

  1. Claustrat, B., Brun, J., & Chazot, G. (2005). The basic physiology and pathophysiology of melatonin. Sleep Medicine Reviews, 9(1), 11-24.
  2. Brzezinski, A., Vangel, M. G., Wurtman, R. J., Norrie, G., Zhdanova, I., Ben-Shushan, A., & Ford, I. (2005). Effects of exogenous melatonin on sleep: a meta-analysis. Sleep Medicine Reviews, 9(1), 41-50.
  3. Ferracioli-Oda, E., Qawasmi, A., & Bloch, M. H. (2013). Meta-analysis: melatonin for the treatment of primary sleep disorders. PloS One, 8(5), e63773.
  4. Buscemi, N., Vandermeer, B., Hooton, N., Pandya, R., Tjosvold, L., Hartling, L., … & Baker, G. (2006). Efficacy and safety of exogenous melatonin for secondary sleep disorders and sleep disorders accompanying sleep restriction: meta-analysis. Bmj, 332(7538), 385-393.
  5. Fourtillan, J. B., Brisson, A. M., Gobin, P., Ingrand, I., Decourt, J. P., & Girault, J. (2000). Bioavailability of melatonin in humans after day-time administration of D7 melatonin. Biopharmaceutics & Drug Disposition, 21(1), 15-22.
  6. Arendt, J. (2005). Melatonin: characteristics, concerns, and prospects. Journal of Biological Rhythms, 20(4), 291-303.
  7. Guardiola-Lemaître, B. (1997). Toxicology of melatonin. Journal of Biological Rhythms, 12(6), 697-706.
  8. Bruni, O., Alonso-Alconada, D., Besag, F., Biran, V., Braam, W., Cortese, S., … & Curatolo, P. (2015). Current role of melatonin in pediatric neurology: clinical recommendations. European Journal of Paediatric Neurology, 19(2), 122-133.
  9. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). (2018). Resolução da Diretoria Colegiada – RDC Nº 243, de 26 de julho de 2018. Dispõe sobre os requisitos sanitários dos suplementos alimentares. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 jul. 2018.

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